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Japão recorre a robôs e tecnologia para driblar falta de terras e mão de obra

Agricultura vertical e uso de polímeros são algumas das soluções usadas pelos produtores

O Japão não é exatamente reconhecido como uma potência agrícola. Sua topografia faz com que apenas 40% dos alimentos necessários para alimentar a população japonesa seja produzida no país. Além disso, em quase uma década, o número de produtores caiu de 2,2 milhões para 1,7 milhão, e a média de idade é de 67 anos. Para driblar essa falta de terras e de mão de obra, a solução é investir em tecnologia.

Uma reportagem da BBC conta alguns cases de como soluções inovadoras estão mudando a maneira de cultivar. A empresa Mebiol, criada pelo pesquisador Yuichi Mori, usa uma película de polímero transparente capaz de armazenar nutrientes. A tecnologia permite que hortaliças sejam cultivadas em qualquer lugar, com uma economia de 90% de água e sem a necessidade do uso de defensivos.

Outra empresa, a Mirai Group, foi pioneira da agricultura vertical no país. Controlando a iluminação e reaproveitando boa parte da água, o sistema oferece uma produtividade cem vezes maior que o método tradicional. Hoje ela possui 200 unidades espalhadas pelo Japão. A solução é semelhante a utilizada por diversas empresas mundo agora, inclusive no Brasil. A Pink Farms, em São Paulo, é um exemplo – e o AgEvolution visitou as instalações da startup há alguns meses.

E o Japão possui uma forte tradição de investimentos em robótica. O próprio governo subsidia  a produção de 20 tipos de robôs que ajudam os produtores. A fabricante de automóveis Nissan lançou um robô apelidado de Pato que percorre plantações de arroz oxigenando a água e reduzindo a necessidade de aplicação de defensivos. Outra empresa, a Yanmar, em parceria com a universidade de Hokkaido, está testando um trator em campo. E já noticiamos outras iniciativas aqui no site, como os robôs usados em restaurantes desenvolvidos pela Connected Robotics.

Essa tecnologia também será exportada. O governo japonês se comprometeu a ajudar países da África a aumentar a produção anual de arroz para 50 milhões de toneladas até 2030. O Japão também assinou compromissos de cooperação com países em desenvolvimento, como Vietnã e Mianmar, e desde 2016 coopera com investimentos na região brasileira do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

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