Ir para o conteúdo

Análise de solo

Ferramenta faz 120 análises de solo por hectare em minutos

Fazendeiro dos EUA criou o dispositivo após ficar curioso com manchas na lavoura de soja

O produtor estadunidense Jamie Herring criou um sistema capaz de realizar até 120 análises por hectare e, assim, avaliar a saúde e a qualidade do solo para economizar insumos e aumentar a produtividade.

A ideia surgiu quando ainda era jovem e ficava intrigado com áreas escuras na vegetação de sua propriedade no estado de Illinois. A curiosidade o motivou a estudar ciências agrárias para entender melhor “os segredos do solo”.

“Considerando a alta variabilidade dentro de cada campo, eu queria ser capaz de definir a biologia do solo para saber onde aplicar insumos e onde poupar para maximizar meu lucro”, disse Herring a um site especializado nos EUA.

Embora as análises de solo atuais forneçam informações, ele achava as ferramentas de hoje caras, lentas e pouco confiáveis. Por isso, Herring desenvolveu um sistema que define a biologia do solo na própria área, em tempo real.

Chamada SoilSense, a ferramenta é móvel e mede vários gases voláteis que são liberados à medida que mexe no solo. Estes gases são indicadores conhecidos da saúde e das características do solo.

O equipamento usa uma relha que uma cavidade conforme se move pelo solo, liberando os gases. A partir daí, o SoilSense conta com um conjunto de filtros e sensores que avalia as amostras a cada segundo, até 120 por hectare.

A eletrônica, junto com medição alternada via sucção e limpeza com ar comprimido, é o que cria a capacidade única do sistema. Os tubos fazem uma autolimpeza e autocalibração a cada área.

“Você pode definir todo o sistema nas posições ideais para os gases. Qualquer mudança que você medir é relevante”, adiantou.

Lucro e economia

Em 2019, os testes de campo revelaram uma correlação muito alta entre os níveis desses gases voláteis e a produtividade das lavouras. Um dos exemplos é a presença de nitrogênio.

“Se passarmos pela faixa de medições em que o nitrogênio é muito baixo, vale a pena aumentar o nitrogênio, mas se a presença está no nível adequado, realmente não compensa”, explicou.

Em outro teste, áreas específicas de uma lavoura de soja foram identificadas onde o nitrogênio adicional poderia aumentar o lucro em US$ 160 por hectare. “Em outras áreas, mais nitrogênio não geraria mais produção e, sim, causaria uma perda de US$ 90 por hectare”, comparou.

Herring entrou com um pedido de patente de sua invenção e o plano é ter o primeiro produto disponível comercialmente no mercado ainda em 2021.

Confira também o boletim AgEvolution “Solo fértil para a inovação”:

Assine nossa Newsletter

Cadastra-se no Ag Evolution e conheças as principais empresas de tecnologia do mundo Agro