Mercado
Corteva e Cubo Itaú anunciam parceria para inovação no agro
Focos iniciais são acesso a crédito, utilização de barter e capacitação de pequenos agricultores
A Corteva Agriscience e o Cubo Itaú, hub de empreendedorismo tecnológico com sede em São Paulo, firmaram parceria para desenvolver soluções inovadoras com foco inicial em acesso a crédito, utilização de barter e capacitação de pequenos agricultores.

Objetivo da companhia é estabelecer conexões com startups de diferentes setores
“Somos uma empresa de inovação 100% focada em agricultura. Nesse momento, entendemos que era importante estabelecer uma parceria que nos permitisse contato com inovações adotadas em outros setores e, com isso, identificar soluções que possam ser estendidas ao nosso mercado”, explicou Douglas Ribeiro, diretor de Marketing da Corteva Agriscience.
O objetivo da companhia é estabelecer conexões com startups de diferentes setores, buscando soluções inovadoras para alguns dos desafios da indústria e da Corteva, que podem beneficiar produtores rurais, canais de distribuição, cooperativas e outros elos da cadeia. Recentemente, a empesa trouxe ao Brasil sua plataforma digital, Granular Insights.
O Cubo Itaú é um dos mais ativos espaços para inovação no país, mas, ainda, não contava com empresas voltadas ao agronegócio. Segundo Pedro Prates, co-head do Cubo Itaú, a parceria trará novas possibilidades para expandir canais com startups do segmento.
“A Corteva será a primeira empresa do ramo de agronegócio a integrar o Cubo, uma parceria estratégica para fortalecer o desenvolvimento de agtechs no país. Essa parceria nos permitirá um olhar direcionado para o agronegócio, um cenário que é novo para o hub, estabelecendo conexões assertivas e de importância para o cenário nacional e mundial”, disse.
Crédito e Barter
Segundo pesquisa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizaa em 2019, quase 60% dos produtores têm o crédito rural como a demanda mais importante para o campo.
A dificuldade de acesso ao crédito é uma barreira ao desenvolvimento do agronegócio no Brasil, seja pelo alto grau de burocracia e exigências, prazo para recebimento do dinheiro ou ainda pela dificuldade de avaliação do perfil de risco, principalmente considerando um setor que é tão dependente de fatores climáticos, como o agronegócio.
“Como indústria, temos o desafio de buscar modelos de negócios mais ágeis para facilitar o crédito ao produtor rural, com ferramentas que permitam avaliações de risco diferenciadas, considerando fatores como histórico de produtividade, perfil da região, média de inadimplência, e não só dados financeiros. E aqui, as startups podem nos ajudar com soluções”, comentou Douglas Ribeiro.
Ainda na linha de acesso a financiamentos, o barter é outro desafio da indústria. No agronegócio, ele consiste em um mecanismo de financiamento no qual o pagamento pelo insumo é feito por meio da entrega do grão na pós-colheita, sem a intermediação monetária. É uma ferramenta que mitiga risco e negocia na moeda do produtor.
Mas o Barter também enfrenta uma série de desafios. Os processos ainda são muito burocráticos e envolvem diversos players, o que dificulta o acesso a essa ferramenta por parte dos agricultores.
Segundo estudo da Corteva, o Barter representa cerca de 20% da forma de pagamento utilizada nas revendas e cooperativas pesquisadas. “Nesse sentido, a colaboração das startups do Cubo Itaú pode ser fundamental na criação de instrumentos que nos ajudem a promover um fluxo de trabalho eficiente, ágil e digital. Podemos, inclusive, desenvolver soluções que podem ser levadas para outros países”, complementou Ribeiro.
Pequenos agricultores
O terceiro grande desafio foco da Corteva no Cubo Itaú é dar escala a um projeto social-econômico chamado Prospera, que tem como objetivo capacitar pequenos agricultores, que trabalham com milho (grão) e silagem.
O programa começou em 2017, em Pernambuco, com um grupo de 45 participantes. Devido ao grande impacto proporcionado na produtividade de suas lavouras e comercialização da produção, em 2018 o programa capacitou 428 participantes e, em 2019, chegou a 927 participantes.
Com o Prospera, pequenos produtores tiveram acesso a conhecimento técnico de alto nível que permitiu melhorias em suas lavouras de milho e na comercialização de sua produção. Esta transformação proporciona a expansão de renda dos agricultores, com um salto de produtividade de 10 sacas/ha no início do programa para 80 sacas/ha, em média. Destaque para um agricultor que, em 2019, bateu o recorde de 125 sacas/ha.
“Ainda há um número expressivo de produtores com baixo conhecimento técnico no Brasil, sem acesso a mercados e linhas de financiamentos. Estes fatores travam o desenvolvimento da produção agrícola nestas regiões e diminuem a qualidade de vida nas comunidades”, acrescentou o executivo.
Segundo ele, o objetivo da Corteva é dar escala ao Prospera e capacitar 50 mil pequenos agricultores e conecta-los com a cadeia de valor para produção e comercialização de milho. “Precisamos de ferramentas que nos auxiliem nesse processo. E aqui, mais uma vez, entra a nossa parceria com o Cubo Itaú e as startups residentes do hub”, disse. (com informações da assessoria de imprensa)
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