Veja o que esperar da agricultura 4.0 para um futuro bem próximo
Durante a 20º edição da Expodireto Cotrijal foram debatidos os impactos da digitalização no campo
Aconteceu nesta quarta-feira, dia 13, na Expodireto Cotrijal, realizada em Não-Me-Toque (RS), o talk show Agricultura 4.0 e os Impactos da Digitalização no Campo. O encontro reuniu produtores rurais, lideranças e especialistas em agronegócio.
A apresentação foi do engenheiro agrônomo e jornalista Donário Lopes de Almeida, colunista do AgEvolution. O evento também contou com a participação do gestor da divisão de Estudos Avançados e Inovação do Senar-RS, Marcelo Camardelli; e do diretor de vendas da Massey Ferguson e da Valtra para a América do Sul, Rodrigo Junqueira. No vídeo acima, você pode conferir o evento na íntegra.
Para dar início a esse bate-papo, Donário falou sobre o que tem pesquisado nos últimos anos em viagens que fez para países como EUA, Israel e China. “O agronegócio precisa estar atento aos avanços tecnológicos e as novidades que estão surgindo sobre máquinas e equipamentos”, disse.
Em um vídeo exibido aos convidados, o anfitrião convidou todos a refletirem sobre o futuro da humanidade e a necessidade que temos de dobrar a produção de alimentos nas próximas décadas. Afinal, há 100 anos, a agricultura era feita de maneira manual, com arados. Atualmente, temos máquinas com muita tecnologia e, em um futuro não tão distante, teremos equipamentos cada vez mais autônomos e precisos.
Robôs estarão atuando para controlar com precisão plantas daninhas e doenças, com reduções significativas de defensivos em comparação com as aplicações que fazemos hoje. Em fazendas orgânicas, o uso do laser podem controlar daninhas sem nenhum produto químico.
Robôs já conseguem coletar amostras de solos e determinar níveis de PH e Fósforo em tempo real. Já existem empresas que sobrevoam fazendas com câmeras de precisão, coletando dados em extensas áreas. Para ampliar ainda mais essa tecnologias, já estão sendo lançados pequenos satélites que farão leituras semanais para monitorar fazendas.
Várias outras empresas estão desenvolvendo softwares de análise de dados para ajudar produtores a gerenciar e processar um volume gigantesco de dados levantados nas atividades da produção agropecuária.
Carne de laboratório
Em 2013, cientistas holandeses apresentaram hambúrgueres feitos por meio do cultivo de células animais. Mais tarde, foi criada uma almôndega de laboratório. Apesar de serem técnicas experimentais e de custo muito elevado, elas estão sendo aprimoradas para um dia chegar ao consumidor, como já falamos aqui no site.
Ainda na pecuária, vacas estão sendo monitoradas por colares inteligentes, que avaliam seu comportamento e movimento, avaliando sua fertilidade. Câmeras com sensores de temperatura já monitoram os úberes das vacas, identificando a possibilidade de surgimento de mastite precocemente.
Câmaras 3-D já estão sendo utilizadas para medir os músculos e determinar o peso e potencial de engorda dos animais. Companhias estão inserindo microfones em criatórios para identificar tosses de suínos, e tratando indivíduos nos primeiros sinais de doença, reduzindo o risco de disseminação e do uso de antibióticos.
Na Bélgica, câmeras controlam o movimento de milhares de frangos, analisando o comportamento e antecipando tratamentos para alcançar os melhores ganhos.
Mesmo com todo esse avanço, a falta de alimentos para uma população que cresce exponencialmente é fator de preocupação. Para isso, a ciência a nível molecular pode ser a solução para este drama.
Modificação genética
Existem tecnologias que simulam a ação de bactérias para a modificação genética. Essa talvez seja a nova fronteira para o desenvolvimento científico e os esforços comerciais, e estão apenas começando. Atualmente, duas grandes empresas já estão atuando com a tecnologia para a produção de milho, desenvolvendo linhagens resistentes à seca.
No arroz, uma das culturas mais importantes do mundo, estão chegando muito perto da sua capacidade máxima de produção. Diante disso, o projeto C4 está tentando produzir uma nova linhagem de arroz em que o sistema de fotossíntese simule o do milho, o que poderia turbinar a sua produção máxima em até 50%.
Na pecuária, a genética vem sendo objeto de linhagens imunes a doenças que causam perdas milionárias a produtores ao redor do mundo.
É difícil prever quais dessas tecnologias serão mais impactantes na produção de alimentos, então, devemos manter o trabalho nas mais diversas frentes e é isso que estamos fazendo.
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