Startup seleciona semente de amendoim com ressonância magnética

Tecnologia da Embrapa auxilia produtores de amendoim a aumentar produção e ganhos

27 de setembro de 2021 11h38

Por Redação

De olho em um mercado nacional e internacional aquecido, produtores de amendoim estão tendo agora o apoio de pesquisadores da Embrapa e da startup Fine Instrument Technology (FIT) para selecionar as melhores sementes e garantir que a nova safra de 2021 tenha grãos com as características mais valorizadas pelo mercado.

A seleção das sementes – de uma amostra de 600 genótipos – está sendo feita através de análise com a tecnologia de Ressonância Magnética Specfit , desenvolvida pela FIT em parceria com a Embrapa Instrumentação, em São Carlos, SP). Uma das principais características analisadas é o percentual de ácido oleico.

O equipamento também permite a análise dos teores de óleos totais e umidade dos grãos, sendo essas análises consideradas como referências pelas normas ISO e AOCS.

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O resultado das análises irá possibilitar a escolha das sementes cujos grãos colhidos atenderão às exigências de compradores mais exigentes, principalmente do mercado Europeu, que determina que o amendoim seja alto oleico.

O ácido oleico tem propriedades antioxidantes, altamente valorizadas por seus benefícios à saúde, como a prevenção de doenças cardiovasculares, por reduzir as frações do colesterol ruim, além de aumentar a vida de prateleira do produto.

Tecnologia

A tecnologia da Ressonância Magnética SpecFit utilizada neste processo tem várias vantagens em relação a outros métodos de análises, ressaltam os sócios da FIT, Silvia Azevedo e Daniel Consalter. O modelo é capaz de determinar parâmetros de forma rápida – em cerca de 30 segundos- , possibilitando a seleção em grande escala, não destrutiva, sem gerar resíduos nem utilizar produtos químicos, além de oferecer um melhor controle de qualidade à produção.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Jair Hauer, o “exame” de ressonância nas sementes de amendoins tem sido muito importante para se prever culturas com características mais desejadas pela indústria e, portanto, mais lucrativas para o produtor.

Jair ressalta que a grande inovação está no fato de ser uma análise rápida, diferente da técnica de cromatografia gasosa, anteriormente utilizada, e que levava mais de um dia para analisar apenas um lote de sementes. “Estamos selecionando uma amostra de 600 sementes em apenas alguns dias. Se fossemos utilizar a cromatografia gasosa, levaríamos mais de um ano para fazer todas as análises e o custo seria enorme, ou seja, inviável”, afirma.

A cultura do amendoim, tem experimentado um crescimento importante, principalmente por ser a cultura escolhida para o rodízio feito com a cana de açúcar para a recuperação das propriedades dos solos. O Estado de São Paulo é responsável por mais de 96% da produção nacional. (com informações da assessoria de imprensa)