Nanotecnologia
Startup identifica vírus de forma precoce com nanotecnologia
Nanotubos alertam sobe presença mínima de agentes patógenos para antecipar surtos
A startup Virolock Technologies desenvolveu uma solução de nanotecnologia para identificação precoce de agentes patógenos, como vírus da gripe aviária, e assim evitar surtos ou elevar a eficiência dos tratamentos.

Nanotubos tem escala até um bilhão de vezes menor que um metro para encontrar tais agentes patógenos. (imagem – Virolock Technologies)
A empresa, criada na Universidade de Penn State, no Estados Unidos, empregou o que há de mais avançado em nanotecnologia para criar nanotubos capazes de coletar os vírus e alertar sobre sua presença em qualquer ambiente.
Na prática, os nanotubos, em escala de um bilhão de vezes menor que um metro, podem encontrar tais agentes patógenos antes mesmo que as doenças se espalhem em lotes de aves ou suínos, por exemplo.
Isso porque o sistema é tão preciso que pode identificar a presença dos causadores das enfermidades em escala mínima ou antes de qualquer sintoma, seja em animais como em humanos. Inclusive, recentemente, foi identificado o primeiro caso de gripe aviária em humanos na China.
Outra vantagem é que o sistema substitui os modelos atuais de identificação de vírus que são mais caros, lentos ou dependentes de equipamentos médicos de grande escala.
“O dispositivo nos permite capturar e concentrar os vírus seletivamente por seu tamanho em amostras incrivelmente diluídas. Isso aumenta ainda mais nossa capacidade de detectar pequenas quantidades de um vírus em mais de 600 vezes”, observa Mauricio Terrones, professor de física, química e ciência dos materiais no Eberly College of Science.
Por isso, a startup já conseguiu um aporte de US$ 75 mil do Fundo para Inovação e um prêmio de US$ 10 mil para impulsionar o crescimento de seus negócios.
Floresta de nanotubos
A tecnologia Virolock usa uma matriz semelhante a uma floresta de nanotubos de carbono alinhados verticalmente que podem ser ajustados para uma variedade de vírus com base em seu tamanho.
Os pesquisadores desenvolveram a ferramenta a partir de pesquisa de base e veem o dispositivo como uma oportunidade valiosa para combater de maneira mais efetiva a propagação de doenças não só em animais, como também em humanos.
A empresa espera fabricar cartuchos personalizados para combater vírus específicos. Virolock acredita que a tecnologia irá acelerar o desenvolvimento de vacinas e descoberta de vírus porque sua tecnologia não requer anticorpos existentes.
“Somos cientistas. Percebemos que, quando você deseja iniciar um negócio, a parte científica é importante, mas não é apenas a ciência que impulsiona a empresa – você também precisa de alguém que conduza os negócios. Para nós, é um mundo diferente”, disse Terrones.
A Virolock planeja usar seus recursos para criar um novo espaço de laboratório e para continuar a refinar o processo de fabricação dos nanossensores. O USDA já validou seu produto para o diagnóstico de varíola, e a empresa espera que pesquisas futuras validem para outros vírus, incluindo a gripe aviária.
“Isso pode ter um grande impacto na maneira como detectamos e gerenciamos surtos virais em todo o mundo. A tecnologia pode ajudar a equipe médica a desenvolver vacinas de maneira mais oportuna e pode salvar inúmeras vidas”, afirmou Terrones.
Assista também o boletim AgEvolution “Nanotecnologia Agrícola”:
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