Startup cria embalagem “inteligente” para rastreabilidade
Material com "DNA" permite inibir fraudes e favorecer sustentabilidade no recolhimento de envases de defensivos
A startup Ciclopack desenvolveu um material capaz de ser uma espécie de DNA de embalagens para combater fraudes em produtos e favorecer a sustentabilidade do agronegócio.

Leonardo Roriz, fundador da Ciclopack, ressalta que solução favorece economia circular
A inovação contribui para a segurança de toda a cadeia, pois as embalagens inteligentes possuem identificação única em nível pericial. Assim, elas criam barreiras à falsificação e à comercialização de produtos roubados, bem como fazer a gestão data driven das embalagens de defensivos, por exemplo.
“Desenvolvemos soluções para a indústria combater a crescente do mercado ilegal, que hoje se encontra num oceano azul no Brasil. Esse sistema é uma forma eficaz de reabsorver o mercado ilícito que atua em seu setor. Além disso, é uma ferramenta que possibilita a empresa liderar o processo de economia circular”, afirma Leonardo Roriz, fundador da Ciclopack.
DNA
A Ciclopack une três tecnologias: traçadores, espectrofotômetros portáteis e software. No caso dos traçadores, partículas se misturam com as moléculas de plástico e formam o “DNA individual”, tornando cada produto único.
Por meio dos espectrofotômetros, pode-se identificar o traçador e permitir averiguação da originalidade do produto. Já com o software, a marca acompanha todo o processo de rastreamento.
Com a solução, as empresas podem saber quanto de suas embalagens estão retornando para a reciclagem e, também, identificar e separar os tipos de plásticos, tornando a etapa da separação mais eficiente.
“O sistema permite que as marcas se enquadrem no cumprimento da lei de resíduos sólidos por meio da identificação e quantificação das embalagens quando recicladas”, conta Roriz.
Defensivos
O Brasil é recordista mundial no recolhimento de embalagens. Segundo a indústria, mais de 95% do total é recolhido, tornando o país líder e referência mundial no tema.
Desde 2000, a prática é exigida por lei federal, conhecida como LR (Logística Reversa), que estabelece responsabilidade compartilhada entre produtores, indústria e distribuidores.
Ilegalidade
Os dados da ilegalidade são alarmantes. Entre fraudes, falsificação e contrabando de produtos e embalagens em geral, a indústria brasileira perdeu 200 bilhões em 2018, 16% a mais do que em 2016.
Segundo a Câmara de Comercio Internacional, o mundo irá perder US$ 4,2 trilhões até 2022 para o mercado ilegal. Só no setor agroquímico brasileiro, esse valor chega a R$ 7,8 bilhões anuais.
Números que impactam diretamente a economia e, consequentemente, o mercado de trabalho. Estima-se que há mais de 1 milhão de desempregados em decorrência do mercado de ilícitos.
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AUTOR:
Daniel Azevedo Duarte
Daniel Azevedo Duarte é editor-chefe do AgEvolution do Canal Rural, Mestre em Jornalismo (UCM/USP), MBA em Agro (FGV) e entusiasta da inovação no agro. Também é professor em Comunicação no Agro na PUC de Campinas e correspondente de publicações internacionais sobre o setor.
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