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Agrofloresta

Startup aprimora sistemas de agrofloresta com ciência de dados

Modelo gera sinergias entre lavouras, animais e florestas para agregação de valor

A agtech Pretaterra potencializa os resultados de sistemas de agrofloresta por meio de ciência de dados (Data Science) para disseminar novos modelos de agronegócio.

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Modelos agroflorestais geram, em média, 60% mais produtividade, diz a empresa. (foto – Pretaterra)

A proposta é usar análise e simulação baseadas em bancos de dados robustos para permitir aos empreendedores rurais tomadas de decisão mais assertivas. Em resumo, o sistema que une floresta, animais e lavoura já pode utilizar conceitos avançados de bioeconomia e sustentabilidade com base no digital.

“Na implantação de um sistema agroflorestal, as decisões que não se baseiam nos repertórios produtivo e ambiental caminham para o fracasso”, alerta Paula Costa, engenheira florestal e cofundadora da Pretaterra.

Ela lembra que, para harmonizar a criação de animais, lavouras, florestas e recursos hídricos disponíveis, é preciso entender como cada um deles funciona e a região onde aquele sistema se encontra.

“A lógica de todos os projetos agroflorestais é a mesma, pois nos inspiramos nos ecossistemas naturais. Contudo, não existe uma receita pronta e a análise de dados é fundamental para elaborar o design próprio mais adequado para cada sistema produtivo”, acrescenta Paula.

Ao lado do também engenheiro florestal Valter Ziantoni, Paula fundou a empresa há cinco anos para ser, além de consultoria, um hub de inteligência agroflorestal. Juntos, eles já implementaram mais de 100 projetos dentro e fora do Brasil.

Valter destaca a importância da sistematização e da disseminação da informação para que o agronegócio adote as práticas sustentáveis reconhecidas internacionalmente.

“Em nossos treinamentos, existe muita troca de experiências e aprendizado e isso agrega valor de forma diferente de uma monocultura. Aqui, a diversidade é um caminho para a produtividade e a resiliência dos sistemas”, detalha.

Segundo ele, o Brasil está se tornando uma vitrine mundial de projetos agroflorestais e o objetivo é construir um grande banco de dados para que mais produtores, do Brasil e de outros países, adotem este modo de produzir.

Renda extra

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“busca de harmonizar o conhecimento científico e o natural, florestas e pessoas”. (foto – PretaTerra)

Um dos cases da Pretaterra ajuda a ilustrar como funciona um banco de dados para a agrofloresta. Em Avaré, no interior de São Paulo, foram plantadas mudas de Khaya grandifoliola, também conhecida como mogno africano.

Convivendo com pés de café e banana nanica, estas árvores podem ser colhidas em 14 anos, o que abre caminho para uma renda extra ao agricultor agroflorestal.

“A lista de subprodutos em sistemas com árvores também inclui forragem, látex, fibras, óleos, resinas e frutos. Para escolher o tipo de árvore a ser plantado precisamos considerar o clima, o solo, a disponibilidade de água, dentre outros”, analisa Valter.

Segundo ele, sítios e fazendas agroflorestais têm produções que podem ser, em média, 60% maiores do que usando o modelo antigo, monocultural. Os subsídios para a tomada de decisão sobre a escolha das espécies mais adequadas para o lugar, os produtos e subprodutos gerados e as projeções econômicas são facilitados enormemente por meio da ciência de dados.

Certificações

Os especialistas defendem que a agrofloresta traz outras vantagens competitivas para o campo, pois aproxima a propriedade das certificações mais respeitadas no cenário internacional. Isto ocorre porque uma propriedade adaptada usa os preceitos da bioeconomia circular.

Entendida como a produção que usa matérias-primas naturais renováveis e de origem não-fóssil, ela orienta o reuso de materiais resultantes de outros sistemas produtivos e até então rejeitados.

No exemplo da fazenda de café, as árvores plantadas na lavoura podem ser transformadas em renda extra e subprodutos como lascas e serragem podem ser aproveitados na indústria da construção civil.

“Na prática, estamos em busca de harmonizar o conhecimento científico e o natural, as florestas e as pessoas, os alimentos, a produção, o trabalho e o bem-estar e, para isso, precisamos gerar e analisar dados de qualidade”, finaliza Paula. (com informações da assessoria de imprensa)

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