Startup
Ressonância magnética analisa grãos e alimentos em 1 minuto
Dispositivo avalia desde matérias-primas até produtos processados sem reagentes químicos
A startup brasileira FIT (Fine Instrument Technology) desenvolveu, em parceria com a Embrapa Instrumentação, um equipamento de ressonância magnética comercial para análise de matérias-primas e produtos alimentícios com maior eficiência e rapidez.
O SpecFIT, como é chamado, visa atender à demanda do agronegócio em busca de tecnologias que aumentem a precisão e diminuam o tempo de análises de produtos desde a fazenda até a indústria.
Segundo a startup, a Ressonância Magnética Nuclear (RMN) é uma alternativa pois, em segundos, avalia parâmetros importantes de matérias primas e alimentos processados. Apesar de a tecnologia estar disponível há algumas décadas, uma parte da indústria nacional, principalmente processadores de algodão, soja, amendoim e palma, ainda resiste a esta inovação.
“Muitas empresas brasileiras ignoram o potencial desta inovação que permite tomadas de decisão em tempo real. Há uma resistência em substituir metodologias tradicionais já experimentadas, ainda que estejam tecnicamente ultrapassadas e que isso represente queda de produtividade e receita”, avalia Silvia Azevedo, sócia-diretora da FIT.
Segundo ela, muitas empresas brasileiras ainda trabalham “no escuro”, sem fazer análises que comprovem a eficiência real dos processos e parâmetros de qualidade dos produtos ou, então, empregam técnicas trabalhosas e mais sujeitas a erros, como as que utilizam solventes.
No mercado desde 2016, o SpecFIT opera conectado à nuvem para o monitoramento remoto, é quase 50% mais barato do que os similares importados e, apesar de comercializado no Brasil, tem mais da metade de suas vendas para o exterior.
Sustentável
Outro benefício é o ambiental, os métodos tradicionais, além de serem muito demorados, utilizam substâncias inflamáveis e tóxicas, como no método SOXHLET e na cromatografia gasosa.
Já os modernos equipamentos de ressonância magnética (RMN), têm a vantagem de serem rápidos, não invasivos ou destrutivos, não utilizarem reagentes e nem gerarem resíduos. Os modelos maiores de RMN conseguem, inclusive, fazer análises em amostras grandes e até em alimentos embalados.
Com um diagnóstico obtido em 60 segundos, é possível realizar repetidas análises ao longo do dia para a identificação de pontos de perdas e um melhor controle do processo.
Empresas que utilizam esta tecnologia relatam aumento de eficiência e acesso a informações que auxiliam na tomada de decisões, refletindo em ganhos financeiros consideráveis.
“O setor de alimentos no Brasil continua crescendo e a possibilidade da tecnologia impactar este mercado é enorme. É preciso, contudo, que as empresas avancem rumo à nova geração no campo das análises, alinhada à tendência da indústria 4.0”, avalia Silvia Azevedo.
Analisar os parâmetros como o teor de óleo ou de ácido oleico (Omega 9) e o teor de sólidos em óleos e gorduras tem sido cada vez mais valorizado por um mercado mais exigente com o controle do processo de produção de alimentos, origem e a qualidade dos produtos
Daniel Consalter, diretor de Tecnologia da empresa, destaca que a tecnologia já é reconhecida por normas como ISO, AOCS e AOAC, que comprovam a precisão e acurácia da técnica.
O equipamento de RMN desenvolvido pela FIT requer pouca ou nenhuma preparação para o manuseio e, por ser uma medida com um ou no máximo dois passos, há menos chance de haver erros causados pelo operador.
Além de vender o aparelho, a FIT também presta serviços de análises de matérias-primas e alimentos para a indústria. (com informações da assessoria de imprensa)
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