Rede KFC vai imprimir nuggets em 3D a partir de células
Lançamento será em Moscou, mas a dúvida é se a tecnologia vai atrair ou afastar mais clientes
Por Daniel Azevedo Duarte
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A KFC, famosa cadeia de fast food dos Estados Unidos, está trabalhando com a startup russa Bioprinting Solutions para lançar “nuggets do futuro” impressos em 3D já no mês de setembro em Moscou.
A matéria-prima desta curiosa “impressão” serão células de frango cultivadas em laboratório. A partir disso, a cadeia fornecerá a cobertura e os temperos para fazer com que o sabor dos petiscos pareça o máximo possível com os tradicionais.
Iniciativas para produzir “carne de laboratório” já estão sendo desenvolvidas em diferentes países, como noticiamos sobre “camarão” na Ásia ou “carne bovina” em Israel.
A principal proposta da KFC é que animais não sejam usados para produzir carne. (foto : divulgação)
A principal proposta da KFC é que animais não sejam usados para produzir carne, o que deve abrir a porta para uma maior distribuição de carne feita a partir de células cultivadas em laboratório.
“Estamos monitorando de perto todas as últimas tendências e inovações e fazendo o possível para acompanhar os novos tempos, introduzindo tecnologias avançadas em nossas redes de restaurantes”, disse a gerente geral da KFC na Rússia, Raisa Polyakova.
A rede já tem outras iniciativas sobre substituição de produtos de origem animal. Desde o ano passado, ela oferece produtos “plant based”, ou seja, aqueles com base em vegetal que simulam a proteína animal em sabor e textura.
Mas o que a KFC quer com a carne de laboratório? Segundo comunicado da empresa, o objetivo é um “avanço ambiental e ético” como argumento para consumidores preocupados com sustentabilidade e, também, bem-estar animal.
Segundo estudos, o chamado bioprint serviria para reduzir 25 vezes os gases de efeito estufa e reduzir pela metade o consumo de energia em comparação às atividades tradicionais.
Além disso, os animais não seriam mais utilizados na produção de carne, tema que é sensível para uma parte crescente da população. Contudo, também haverá vantagens do ponto de vista comercial para a cadeia.
Se por um lado esse tipo de alimento pode atrair novos clientes, por outro, uma solução alimentar “tecnológica” também pode ter o efeito de eliminar outros consumidores que preferem “comida real”, como se chama.
Além disso, o modelo poderia ter grande impacto na cadeia já que a produção não dependeria diretamente das fazendas, bem como a rede estaria sujeita a momentos de dificuldade no fornecimento da matéria-prima.