Ir para o conteúdo

Quem são os anjos que estão financiando o empreendedorismo brasileiro?

Este tipo de investimento é bem conhecido em países onde o empreendedorismo é valorizado e os investidores já têm a cultura de apoiar negócios em fase inicial de desenvolvimento.

Em post recente mencionamos a Anjos do Brasil  e confesso que fiquei curioso sobre esta modalidade de financiamento. Busquei mais informações e acabei fazendo uma visita a eles, que há poucas semanas passaram a utilizar o espaço InovaBra Habitat, do Bradesco, em São Paulo. A Anjos do Brasil é uma organização sem fins lucrativos, com o objetivo de fomentar o crescimento do investimento anjo ​para o apoio ao empreendedorismo de inovação brasileiro.

Conversando sobre investimentos em novas empresas e startups com pessoas que não são do meio, surge sempre a dúvida sobre o que é um investimento anjo. Afinal, quem seriam essas “entidades divinas”?

Seguindo o conceito usado pela Anjos do Brasil, podemos definir esse tipo de investimento como um aporte realizado por pessoas físicas e com seu capital próprio em empresas nascentes com alto potencial de crescimento, como as startups. É efetuado por profissionais experientes (empresários, executivos e profissionais liberais) que, além dos recursos financeiros, agregam valor para o empreendedor com seus conhecimentos, experiência e rede de relacionamentos, por isso também conhecido como smart-money. Normalmente estes investidores têm uma participação minoritária no negócio e não tem posição executiva na empresa, mas apoiam o empreendedor atuando como um mentor/conselheiro.

O conceito e formato de investimento anjo é bem conhecido e muito disseminado em países onde o empreendedorismo é valorizado e os investidores já têm a cultura de apoiar negócios em fase inicial de desenvolvimento. Este movimento está sendo intensificado de forma sustentada no Brasil, seja pela maior visibilidade e divulgação deste mundo novo das startups como pela queda robusta da taxa de juros dos últimos anos.

Os dados mais recentes apresentados nesta semana no Congresso de Investidores Anjo, que aconteceu no Cubo/Itaú em São Paulo, demonstram que este mercado está mesmo em evolução. Entre 2016 e 2017 houve um aumento de 8% no número de investidores anjo no Brasil, chegando a 7,5 mil investidores, com um total aproximado investido em 2017 de R$1 bilhão. São números que empolgam e demonstram que esta é uma alternativa já importante de financiamento do empreendedorismo, mas quando comparamos com outros países ou regiões podemos ver que ainda temos um longo caminho de oportunidades.

A Europa, neste mesmo ano de 2017,  estima 337 mil investidores para um total de 7,3 bilhões de euros (cerca de R$ 35 bilhões) e, os Estados Unidos, 288 mil investidores para um total de US$ 24 bilhões ( cerca de R$100 bilhões).

Além da Anjos do Brasil, que tem uma rede de mais de 300 investidores, somam-se outras redes como Harvard AngelsInsper AngelsGavea Angels, e muitas outras em diversas regiões do país. O interessante é que estas redes ou clubes de investimento não se enxergam como competidores, pelo contrário, tem como objetivo o compartilhamento de experiências e oportunidades de negócios. Atuam na aproximação de investidores e empreendedores para troca de informações, orientando, treinando e compartilhando sistemas de gestão, metodologias, melhores práticas e oportunidades para investimento.

Portanto, se você é empreendedor, tem uma startup e está procurando formas de financiamento, vale a pena considerar esta opção e, por que não, achar alguns anjos para ajudar você no seu caminho de crescimento?

AUTOR:

Daniel Azevedo Duarte

Daniel Azevedo Duarte é editor-chefe do AgEvolution do Canal Rural, Mestre em Jornalismo (UCM/USP), MBA em Agro (FGV) e entusiasta da inovação no agro. Também é professor em Comunicação no Agro na PUC de Campinas e correspondente de publicações internacionais sobre o setor.

Assine nossa Newsletter

Cadastra-se no Ag Evolution e conheças as principais empresas de tecnologia do mundo Agro