Procurando fogo no meio da fumaça

Muito está se falando em novas tecnologias para o Agro, mas o desafio está em encontrar soluções de valor para o produtor rural, e que também recompensem os empreendedores e investidores envolvidos neste processo.

Por Daniel Azevedo Duarte
Cristiano Kruel da StartSe na abertura do Agrotech Conference

Cristiano Kruel da StartSe na abertura do Agrotech Conference

Semana passada participei do Agrotech Conference da Startse. Em sua terceira edição, o evento mostrou vários casos que elucidam o momento que estamos vivendo, de muita novidade e expectativa com as novas tecnologias e novos jeitos de fazer as coisas. O Agro brasileiro, com seu tamanho gigantesco e realidades tão distintas de geografia e cadeias produtivas, apresenta oportunidades e demandas as mais variadas, e tem muito a tirar proveito da digitalização.

Apesar da disponibilidade de capital estar cada vez maior, ainda temos uma barreira muito grande imposta a empreendedores e empresas em estágio inicial, e isso vem travando o desenvolvimento de soluções que poderiam estar trazendo ganhos para nossas lavouras e criações. O Agronegócio tem suas complexidades agronômicas inerentes, e os prazos tendem a seguir uma lógica de safras, ou seja, ciclos de validação e aprimoramento são mais demorados. Isso sem falar na infraestrutura de conectividade, que avança no interior mas em baixa velocidade.

As oportunidades para Startups Agtech estão em várias frentes, antes, dentro e depois da porteira. Nas apresentações que vimos e o que tem surgido de aplicações com resultados, é de se esperar muitas soluções relevantes com o uso de inteligência artificial e biotecnologia. O impacto que novas bases de dados trazem a partir de sensores, drones, satélites, e seu processamento abrem novos horizontes.

O uso de inteligência artificial pode melhorar a maioria dos manejos e decisões do dia a dia, da gestão baseada em sensores variados, dados de máquinas e telemetria, monitoramento de pragas, análise de solo, rastreabilidade e comercialização. Já o tema Biotech pode trazer ganhos importantes de produtividade e melhor uso de recursos, numa ampla variedade de frentes, como controle biológico, inoculantes de alto desempenho, edição e diagnósticos de genomas.

Enfim, em um dia de palestras para uma plateia cheia de curiosos de várias partes do país, ficou claro que algo já está acontecendo, e muita gente ainda perdida tentando entender onde estão as oportunidades e como ficar conectado. A fumaça está no ar, tem um fogo começando a aparecer, o desafio está em desenvolver um ambiente apropriado para que possamos ter soluções relevantes, que levem resultados de valor ao campo, e que também recompensem os empreendedores e investidores envolvidos neste processo.

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