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Pesquisadores estão ‘hackeando’ a fotossíntese para melhorar produção de soja, tomates e feijão

Ao aprimorar o desempenho das plantas, sobra mais energia para a produção de frutos

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, está há cinco anos se dedicando a aprimorar um dos processos fundamentais na vida das plantas: a fotossíntese. Eles fazem parte do RIPE (Realizing Increased Photosynthetic Efficiency, ou “desenvolvendo maior eficiência fotossintética”, na sigla em inglês), grupo de pesquisa cujos resultados até agora têm sido bastante animadores.

Para compreender as mudanças, é preciso entender como o processo natural funciona. As plantas captam dióxido de carbono da atmosfera e usa a energia absorvida do Sol para transformar esse dióxido em moléculas de açúcar. “O problema é que elas não são muito exigentes quanto ao que pegam do ar”, diz a bióloga Amanda Cavanagh à NPR. Oxigênio também é absorvido, mas o gás é tóxico e precisa passar por um processo de desintoxicação que consome muita energia das plantas. Essa energia poderia ser usada na produção de folhas e frutos.

Para driblar essa dificuldade, Amanda e seus colegas inseriram novos genes em plantas de tabaco, selecionadas pela facilidade com que podem ser manipuladas. O antigo processo de desintoxicação foi substituído por outro, muito mais eficaz. “Estamos hackeando a fotossíntese”, diz a bióloga. A resposta foi extremamente promissora tanto nos testes feitos em laboratório quanto nos feitos em campo: elas cresceram mais rápido e 40% maiores que as normais.

Agora, o grupo tem aplicado essa pesquisa a tomates, soja e especialmente feijão-fradinho, por ele ser extremamente popular entre produtores da África subsaariana, região em que os fundadores do projeto, entre eles o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e a Bill and Melinda Gates Foundation, querem causar o maior impacto.

Mas ainda vai demorar um bom tempo até que plantas com essa versão potencializada de fotossíntese estejam disponíveis para o plantio. Primeiro, os cientistas precisam descobrir se a soja, por exemplo, produzirá mais grãos ou apenas mais folhas. Depois, será preciso garantir que elas são seguras para o consumo. O caminho é longo, mas o projeto é promissor.

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