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Multinacional investe em tecnologias voltadas para o agro brasileiro

Em média, a Somorelate investe 2 milhões de euros por projeto e trabalha com um prazo de maturação de aproximadamente quatro anos

Uma empresa multinacional portuguesa criada por uma holding brasileira está investindo pesadamente em startups e projetos nacionais voltados para tecnologia, incluindo as que se aplicam agronegócio. Localizada em Campinas, a Somorelate atua no agronegócio brasileiro por meio da empresa Veracruz, estabelecendo parceria com institutos de pesquisa, como a Embrapa, além de universidades federais.

Em entrevista ao AgEvolution, o CEO da Somorelate, Sérgio Ribeiro, falou um pouco mais sobre os projetos sob responsabilidade da empresa e quais os objetivos no setor agropecuário. “O Brasil tem um potencial imenso de pesquisa para ser desenvolvido e pouco dinheiro é investido nessa área. No entanto, nosso país possui uma quantidade enorme de pesquisa de excelência de qualidade mundial, como é o caso da Embrapa. O que faltava era alguém para fazer essa segunda etapa, que vai da prova de conceito, passando pelo escalonamento e atingindo o mercado”, disse.

Na visão de Sérgio, a Veracruz chega para cobrir essa lacuna, que é o de consolidar o desenvolvimento de novas tecnologias, para então repassá-las para investidores.

Em média, a Somorelate investe 2 milhões de euros por projeto e trabalha com um prazo de maturação de aproximadamente quatro anos. “Trabalhamos com um fator de multiplicação de oito vezes o capital investido”, falou.

Apesar do índice de mortalidade dos projetos chegar aos 60%, com os 40% que vingam é possível recuperar o investimento e ainda conseguir um lucro considerável.

Projetos

No Brasil, atualmente, são nove família de projetos desenvolvidos pela Veracruz. Além da Embrapa, existem projetos com o Inmet e Biominas. “Cada família de projeto seria um estudo de pesquisa que pode gerar de cinco a seis produtos, como em um caso de um estudo de nematoides feito junto com a Embrapa, de onde saíram nematicidas, bioinseticidas, biofertilizantes e tratamento de sementes”, contou.

Já em outro projeto voltado para o clima, foi desenvolvida uma plataforma capaz de prever o efeito na agricultura 180 dias antes, com o aviso de catástrofes, pragas e índices pluviométricos. “Isso ajuda o produtor a prever a colheita, época para o plantio e até como negociar a safra”.

Ainda não existe nenhum projeto da Somorelate no mercado brasileiro, mas a empresa já colhe muitos frutos na Europa, como é o caso do Biocant, considerado o maior laboratório de biotecnologia de Portugal e um dos maiores da Europa. “Nós temos os direitos internacionais do Biocant, que é um projeto que já tem 12 anos e apresentou inúmeros casos de sucesso, com cinco empresas investidas dentro dele”, falou Ribeiro.

Um dos objetivos da empresa é reproduzir o sucesso do laboratório no Brasil, para que sejam identificadas oportunidades de projeto, acelerando e levando ao mercado. “Com isso, acabamos remunerando pesquisadores, instituições de pesquisa e conseguindo produtos de classe internacional”, finalizou.

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