Melhoramento genético gera LFVs mais nutritivos e menos perdas
Técnica traz benefícios como hortaliças mais resistentes e frutas mais saborosas
Por Redação
COMPARTILHE NO WHATSAPP
O melhoramento genético é conhecida há muitos anos para gerar maior produtividade e resistência a pragas, mas também, pode trazer benefícios cada vez mais valorizados atualmente como produtos mais nutritivos e redução de desperdício.
Para se ter ideia, a cada ano, 26,3 milhões de toneladas de comida são jogadas fora no Brasil, volume suficiente para distribuir 131,5 kg para cada brasileiro no mesmo período, de acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
O desperdício vai no caminho oposto à crescente consciência sobre a preservação do meio ambiente ou, mesmo, da sustentabilidade econômica e social de toda a cadeia do agronegócio.
Por isso mesmo, os produtores de hortaliças, frutas e verduras já tem um aliado no melhoramento genético para superar os desafios na condução de suas atividades, tanto dentro como fora da porteira.
O método consiste em selecionar plantas com características de interesse por meio do cruzamento entre organismos da mesma espécie. Com tais características “reforçadas”, as próprias plantas contornam alguns dos problemas.
Por exemplo, elas podem desenvolver maior resistência a determinados fungos e bactérias, cascas mais espessas para aguentar melhor o transporte até o supermercado ou até ampliação da vida útil dos alimentos.
“Com essa técnica somos capazes de selecionar características desejáveis ao produtor e ao consumidor, como, por exemplo, fazer com que uma fruta ou uma hortaliça se adaptem melhor a uma determinada região”, explica Marcelo Tavares, Líder de Marketing para Seminis na América do Sul.
Um exemplo de benefício obtido por meio do melhoramento genético é a resistência à mosca minadora nos melões Galia, muito exportados para a Europa. Há uma pressão de infestação de mosca minadora na região produtora que chegava a inviabilizar a produção.
“Por meio do melhoramento genético fomos capazes de desenvolver plantas resistentes a esta mosca, garantindo mais vigor nas folhas e fazendo com que os produtores fossem capazes de produzir durante toda a janela produtiva”, completa Tavares.
Mais sabor e saúde
Com o melhoramento genético também é possível conferir características relacionadas aos sentidos (como paladar, visão ou tato). Alguns exemplos são uma melancia mais vermelha e mais doce ou um tomate tipo mais saboroso ou, ainda, cenouras mais nutritivas.
No caso de melancias há variedades sem sementes ou extra firmes em formato oval, que permitiram às indústrias de processamento adicioná-las nas saladas de fruta, sem que produzissem água e estragassem as demais frutas do pote.
Segundo estimativas da FAO, aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas dos alimentos são desperdiçados ou se perdem a cada ano em todo o mundo. Isso significa quase um terço da produção global, uma quantidade suficiente para alimentar dois bilhões de pessoas por ano.
O desperdício é um dos principais obstáculos para se alcançar a plenitude da segurança alimentar. Cerca de 59,3% dos brasileiros (125,6 milhões de pessoas) estão em insegurança alimentar no último ano, com o agravamento da crise econômica devido à pandemia.
O melhoramento genético é apenas um dos processos possíveis para reduzir a perda de alimentos. Há muitos outros possíveis, como a aplicação de diferentes técnicas de biotecnologiamoderna na agricultura e o desenvolvimento de mais soluções inovadoras e colaborativas.
A própria Bayer, por exemplo, tem atuado nesta frente recentemente com o Desafio Food Loss. A chamada lançada em parceria com o Food Tech Hub Br tem inscrições abertas até o dia 5 de agosto e busca selecionar startups que possuam soluções para diminuir a perda de alimentos nas diferentes fases da cadeia agrícola. (com informações da assessoria de imprensa)
Veja também o boletim AgEvolution “Genes da Inovação”: