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Nanotecnologia

Embrapa pesquisa fertilizante nanométrico contra perda de nutrientes

Objetivo é liberação lenta de NPK para melhor absorção das plantas

A Embrapa Florestas e a empresa Polli Fertilizantes vão desenvolver um fertilizante nanométrico para evitar um dos maiores problemas da agricultura: o baixíssimo aproveitamento dos nutrientes pelas plantas.

Para se ter ideia, em muitos casos, mais de 90% dos fertilizantes não são aproveitados pelas raízes por conta de fenômenos como a volatilização, lixiviação e a baixa absorção.

Pensando nisso, a Embrapa Florestas tem investido em pesquisas para desenvolvimento do fertilizante de liberação lenta, uma tecnologia que auxilia na melhor incorporação do fertilizante ao solo, evita o desperdício e pode reduzir custos ao produtor rural.

E a nanotecnologia é justamente o caminho escolhido pelo projeto, que pretende desenvolver um revestimento com polímero biodegradável de nanopartículas para recobrimento, proteção e liberação gradual de fertilizantes

As nano-partículas são um bilhão de vezes menores que um metro e, assim, dosam e facilitam a absorção dos nutrientes pelas plantas, reduzindo significativamente o desperdício.

Para isso, a parceria vai trabalhar com nanotecnologia envolvendo celulose de eucalipto, sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e alginato. Segundo o pesquisador Washington Magalhães, da Embrapa Florestas, os resultados de pesquisas em escala de laboratório demonstram a viabilidade do projeto.

“Agora, com este projeto, além de testar formulações, vamos dar escala e levar a campo, em diferentes cultivos agrícolas e florestais, e também analisar sua viabilidade econômica”, disse.

Segundo Thais Ramari, da Polli Fertilizantes Especiais, “temos já um produto que, quando comparado com o convencional, tem solubilidade melhor e facilidade de movimentação em profundidade de solo, para atingir as diversas regiões do sistema radicular”.

Para ela, com a agregação das nano-partículas por meio da metodologia da Embrapa Florestas, o objetivo é proporcionar benefícios que, atualmente, os fertilizantes convencionais não apresentam.

O polímero possibilita uma liberação lenta de nutrientes e pode proteger, por exemplo, o potássio contra perda por lixiviação, ou o nitrogênio contra perda por volatilização.

Fertilizantes de liberação lenta, gradual ou controlada são constituídos de forma a liberar os nutrientes em menor velocidade para ampliar seu período de disponibilidade. Isso auxilia atender as necessidades nutricionais da planta e a perda de nutrientes também é reduzida.

“Isso acaba trazendo sustentabilidade ao sistema. Além disso, vamos trabalhar com matérias-primas biodegradáveis, o que torna o produto mais compatível com sistemas agrossustentáveis”, completa Francine Ceccon Claro, que vai desenvolver esta pesquisa como parte de seus estudos de pós-doutorado.

Veja também o boletim AgEvolution “Nanotecnologia agrícola”:

 

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