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Drone

Drone-pássaro pode permitir voos de até 6 horas em lavouras

Inventor inglês quer reproduzir aves em vants aplicados à agricultura, veja outras iniciativas

O fundador da startup inglesa Falco Drone Technologies, Patrick Maletz, garante haver encontrado uma maneira de aumentar significativamente o alcance de voo dos drones. Para isso, ele pretende usar a força do vento, exatamente como fazem os pássaros.

Modelo da imagem também tenta reproduzir articulações e penas das aves.

Engenheiro aeroespacial por formação, Malets pretende superar vários fatores que limitam a duração do voo dos drones. A startup está desenvolvendo o Hover Bird, que não só reduz a necessidade de bateria mas, também, aumenta o tempo de voo.

A expectativa é que ele possa permanecer no ar por longos períodos, aproveitando ventos superiores a 40 km por hora.

“Descobrimos que, usando o vento como um pássaro em vez de combatê-lo, podemos aumentar o tempo de voo para cerca de 3 horas em condições ideais”, disse Malets à imprensa europeia.

Desafio

Não vai ser fácil até porque diversas tentativas já falharam. Os pássaros têm voado e desenvolvido asas flexíveis e emplumadas por mais de 100 milhões de anos. E foi só há cerca de 100 anos que os humanos decidiram usar asas e hélices rígidas para tentar reproduzi-los.

Muitas tentativas de imitar a mecânica do voo das aves não chegaram nem perto de ter sucesso. Outras, como o SmartBird, da startup Festo, tiveram sucesso (foto ao lado e o vídeo no final do texto).

Mas ainda assim, um século depois, a maioria dos veículos voadores usam as asas rígidas ou hélices com seus benefícios e desvantagens.

Em um artigo publicado na Science Robotics, por exemplo, pesquisadores da Universidade de Stanford apresentaram alguns novos trabalhos sobre a compreensão exata de como os pássaros mantêm o controle de voo com suas asas.

Eles montaram um robô voador chamado PigeonBot com um par de “asas biohíbridas” para testar novos princípios de controle. Ao invés de tentar desenvolver um novo sistema de penas artificiais, eles usaram penas reais. Veja aqui o vídeo deste experimento:

Os cientistas descobriram que a aerodinâmica do protótipo pode ser controlada de maneira mais eficiente e que esta técnica é muito mais estável do que o aileron de aeronaves convencionais. Será um caminho para a solução?

Aplicação no agro

Patrick é Engenheiro aeroespacial e acredita ter encontrado a solução para a autonomia dos drones.

O inventor Patrick desenvolve a tecnologia para atender as necessidades de usuários comerciais, especialmente fazendeiros, empresas de energia e serviços de emergência.

Ele teve o insight pela primeira vez há alguns anos, quando estava nos Alpes, onde lhe ocorreu que drones adaptados poderiam ser de grande ajuda para patrulhas de esqui. Naquela época, ele próprio descartou a ideia como absurda.

Porém, mais tarde, percebeu que era possível usar a força do vento, e não combatê-la, e como resultado, o drone Hover Bird foi inventado, mas não teve imagens divugadas. O modelo combina asas fixas e multirrotores para que, no futuro, a duração do vôo do drone poderia ser aumentada para 6 horas.

“Drones e helicópteros convencionais usam 95-98% da energia apenas para ficar no ar, o que significa que as baterias de drones geralmente não os mantêm no ar por mais de 20 minutos”, disse Patrick.

Segundo ele, a tecnologia pode melhorar significativamente as características de voo de drones com vários rotores, usando de forma eficiente a energia eólica para aumentar a sustentação e, ao mesmo tempo, voar longas distâncias”, conta.

O engenheiro também acredita que o preço do “drone-pássaro” não será um problema já que vants comerciais atualmente no mercado podem custar entre R$ 50 e R$ 300 mil, e espera-se que o Hover Bird, inclusive, seja mais barato.

Veja o video do Smart Bird da Festo:

AUTOR:

Daniel Azevedo Duarte

Daniel Azevedo Duarte é editor-chefe do AgEvolution do Canal Rural, Mestre em Jornalismo (UCM/USP), MBA em Agro (FGV) e entusiasta da inovação no agro. Também é professor em Comunicação no Agro na PUC de Campinas e correspondente de publicações internacionais sobre o setor.

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