
Muitos produtores estão em busca de defensivos mais sustentáveis, menos prejudiciais e com maior eficácia. Foi para atender a essa demanda que surgiu a Lotan, uma startup que o físico biomolecular Danilo Zampronio fundou em 2016 com quatro amigos a partir de uma ideia surgida no Synbio, o Clube de Biologia Sintética da USP, espaço em que se discute ciências de forma despojada.
Esses defensivos são criados usando uma tecnologia relativamente recente chamada RNA de interferência. Originalmente utilizada na medicina, consiste na identificação do RNA imprescindível para a vida de determinada praga. O que Danilo e o resto da equipe fazem é criar um produto que atinge apenas esse RNA, acabando com a ameaça. “Se os defensivos tradicionais são uma bomba, os nossos agem como um franco-atirador”, afirma ele. Além de garantir uma eficiência maior, a tecnologia permite uma velocidade de resposta muito maior. “Sempre pode existir resistência por parte das pragas, mas conseguimos contorná-la fazendo modificações rápidas”.
Segundo Danilo, embora a tecnologia não seja exatamente nova, ela ainda é associada a alimentos transgênicos. A Lotan evita a transgenia, desenvolvendo sprays que são aplicados diretamente nas plantas afetadas pelas pragas. Em dezembro de 2018, a empresa foi incluída em um programa de aceleração de startups da Câmara Brasil-Alemanha.