CNPEM descobre família de enzimas com “luz de elétrons”

Novas moléculas podem ter aplicações em nutrição animal, biocombustíveis, conservação de alimentos e muitos outras

Por Redação

Mario Murakami, coordenador da pesquisa, inspirou trabalho na diversidade molecular dos microorganismos. (foto; Erik Nardini/CNPEM)

O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), um dos complexos laboratoriais mais modernos do Brasil e do mundo, utilizou uma luz capaz de “iluminar moléculas” e descobriu uma nova família de enzimas com dezenas de aplicações, inclusive no agronegócio.

Estudo concentrou-se em uma família pouco conhecida de enzimas. (cedida pelo CNPEM)

As moléculas descobertas podem ser usadas como conservantes alimentícios pela sua ação antifúngica, na nutrição animal como pré-bióticos que facilitam a digestão de fibras vegetais ou na indústria farmacêutica até contra o câncer.

Testadas em escala laboratorial, o próximo passo é verificar a escalabilidade das aplicações, ou seja, a possibilidade de se promover uma produção em escala industrial.

“É um trabalho inspirado na biodiversidade molecular dos microrganismos. Focamos em entender como isso acontece na natureza para projetar a aplicação desse conhecimento em diversos setores, da saúde à geração de biocombustíveis”, explica Mario Murakami, coordenador da pesquisa.

Respostas da natureza

O estudo do CNPEM se concentrou em uma família não convencional e pouco conhecida de enzimas do tipo hidrolases glicosídicas (GH), capazes de processar os polissacarídeos β-1,3-glucanos, carboidrato presente nas algas, bactérias, fungos e plantas.

A família estudada ainda não é utilizada pela indústria, já que sua atividade e seus mecanismos de ação não eram conhecidos. Mas, com técnicas avançadas de biologia molecular e uso de técnicas de luz síncrotron, o trabalho do CNPEM lança uma nova perspectiva para a biotecnologia industrial.

Publicado na revista Nature Chemical Biology, o estudo, além de revelar as enzimas inéditas, mostra que essa família é capaz de atuar em carboidratos complexos e potencializar a obtenção de uma série de moléculas bioativas conversíveis em produtos de uso cotidiano.

Assista aqui abaixo os dois boletins do AgEvolution sobre o CNPEM:

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