Campinas sediará o HIDS, projeto pioneiro de “cidade inteligente”

Convênio com o BID vai projetar o espaço, no qual o Agro 4.0 será prioridade para atender aos ODS da ONU

Por Daniel Azevedo Duarte
HIDS foto Luis Francisco Macedo

HIDS foto Luis Francisco Macedo

Campinas será a sede do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), uma espécie de “cidade inteligente” com cerca de 11 milhões de m² para desenvolvimento de projetos com vista aos objetivos de desenvolvimento sustentáveis da ONU.

Assinatura de Convênio Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS) ocorreu no Palácio dos Bandeirantes (Foto: Carlos Bassan)

O convênio de criação do espaço foi assinado, na última semana, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, e reunirá o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), universidades, centros de pesquisas, empresas, Prefeitura, organismos públicos. A inovação do agro é representada por várias entidades, entre elas a Embrapa, que tem três unidades na cidade, mas também o Instituto Eldorado e a diversas faculdades da Unicamp e PUC.

Por meio desse convênio, o BID vai investir o valor total de US$ 1 milhão, em caráter não-reembolsável, para a elaboração de um Plano Diretor (master plan) que vai orientar a ocupação e o desenvolvimento de uma área de mais de 11 milhões de metros quadrados em Campinas.

A área engloba o campus da Unicamp, no Distrito de Barão Geraldo, incluindo a Fazenda Argentina, adquirida pela universidade, a PUC-Campinas e toda a área do Ciatec II (Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia de Campinas).

O objetivo do convênio é criar um distrito modelo de desenvolvimento urbano sustentável e inteligente na forma de um laboratório vivo. Trata-se de um projeto inédito no país, que vai servir de referência para o Estado de São Paulo e para o Brasil. O prazo de execução do plano é de 36 meses. As atividades a serem desenvolvidas vão envolver startups, energia limpa e várias outras ações.

A representante do BID na cerimônia, Vanderléia Radaelli, destacou a importância do investimento em tecnologia e inovação como elemento para o crescimento sustentável.

“O HIDS é uma iniciativa que teve carácter prioritário dentro do BID desde o início. Nós entendemos que as atividades que impactam no ambiente social, econômico e ambiental devem estar no centro das políticas públicas e são peça-chave nos programas públicos e privados que nós, institucionalmente, financiamos”, afirmou Radaelli, que foi a chefe de equipe do projeto.

Ousadia

O projeto foi imaginado inicialmente como uma estrutura a ser criada na Fazendo Argentina, adquirida em 2014 pela Unicamp. Mas a universidade reconheceu que não faria sentido elaborar um projeto dessa importância sem a participação da Prefeitura e de parceiros de grande relevância para Campinas.

“Temos a possibilidade de criar algo muito novo, muito ousado, muito diferente e que, certamente, será um marco na história de São Paulo e do País”, afirmou o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel.

Ele aproveitou para agradecer a união de esforços das instituições que participam do projeto e o empenho da Prefeitura de Campinas e das secretarias municipais envolvidas.

“Esse não é o projeto de uma Administração, é um projeto de uma cidade, do Estado, do País. Então, nós vamos dar todo carinho, toda atenção para que o HIDS possa se desenvolver, e para tudo aquilo que for possível dentro das normativas municipais, nós estaremos à disposição”, afirmou o prefeito Jonas Donizette durante o encontro.

O resultado esperado é estabelecer um modelo que estimule o desenvolvimento inovador e sustentável, posicionando Campinas como um centro de inovação líder na América Latina. Haverá integração entre ciência e tecnologia à realização dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.

O Conselho Consultivo agrega 15 instituições: a Prefeitura de Campinas, o governo do Estado de São Paulo, Unicamp, PUC-Campinas, Facamp, CNPEM, Embrapa, CPqD, TRB Pharma, Cargill, Cariba Empreendimentos e Participações, Instituto Eldorado, Sabis Internacional, todas presentes na área de planejamento, e também CPFL e Sanasa.

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