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Investidor

Aporte em agtechs cai para US$ 19,8 bi em 2019, diz AgFunder

Startups brasileiras dedicadas ao agro receberam US$ 204 milhões em investimentos, o que coloca o país como 12º em valor investido

O investimento total de “ventures capital” em agtechs ao redor do mundo alcançou US$ 19,8 bilhões em 2019, 4,8% menos que no ano anterior. As informações constam do 6º Relatório Anual de Investimentos da AgFunder, um dos principais fundos do setor.

Divulgado na semana passada, o estudo diz que as agtechs brasileiras receberam US$ 204 milhões em aportes no período, em um total de 30 acordos, o que posiciona o País como na 12º em volume investido.

Globalmente, as quase 30 mil startups de tecnologia agroalimentar do mundo fecharam 1858 acordos, 15% menos na comparação com o ano anterior, a partir de 2.344 investidores únicos. Os autores da pesquisa classificam a redução no valor investido e no número de negócios como “previsível”.

Louisa Burwood-Taylor, chefe de pesquisa da AgFunder, explicou que o investimento em capital de risco em todos os setores caiu 16% em 2019 em um cenário de incerteza global relacionada à guerra comercial EUA-China, Brexit e uma economia chinesa enfraquecida.

Por outro lado, o volume de investimentos nos últimos dois anos foi 250% maior do que há cinco anos, o que demonstra que 2018 não foi um ponto fora da curva. Assim, a expectativa de normalização dos fatores citados acima pode gerar novo impulso para o setor.

Apps de entrega

O relatório mostra que a principal retração no financiamento ocorreu em Apps de entrega de alimentos, um dos principais destaques no ano anterior, com 56% de queda. O setor, apesar de muito competitivo, tornou-se muito saturado para manter o nível de investimentos.

Outra categoria pós-porteira, comércio de eletrônico do varejo (eGrocery), também sofreu uma redução de 7% no financiamento e teve número menor de aportes. O Walmart, por exemplo, reportou uma perda de US$ 1 bilhão em sua iniciativa, diminuindo as expectativas dos investidores.

Mesmo assim, a inovação de eGrocery permaneceu ativa na China – o coronavírus pode tornar estes serviços ainda mais relvantes – e mesmos os Apps de entrega de alimentos acabou tendo a maior rodada do ano de US$ 1 bilhão com a Rappi na América Latina.

Proteínas alternativas e agricultura vertical

As startups de proteínas alternativas, agricultura vertical e de alimentos inovadores, por outro lado, registraram um financiamento total de US $ 7,6 bilhões, um aumento de 1,3% em relação ao ano anterior.

Apenas as “proteínas alternativas” dobraram ano a ano para US $ 1 bilhão, reforçado pela ponte de US $ 300 milhões da Impossible Foods e um aumento de 17% no número de negócios.

Sobre agricultura vertical, dois grandes acordos – a Infarm da Alemanha e a Aerofarms de Nova Jersey – garantiram mais de US$ 100 milhões em suas respectivas rodadas.

“É animador ver os níveis de investimento upstream crescerem mais rápido do que modelos de agtechs mais consolidados, enfrentando setores downstream pela primeira vez em anos”, disse Michael Dean à Agn, Michael Dean à AFN.

AUTOR:

Daniel Azevedo Duarte

Daniel Azevedo Duarte é editor-chefe do AgEvolution do Canal Rural, Mestre em Jornalismo (UCM/USP), MBA em Agro (FGV) e entusiasta da inovação no agro. Também é professor em Comunicação no Agro na PUC de Campinas e correspondente de publicações internacionais sobre o setor.

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