Inovação demonstra sustentabilidade ambiental e social no campo
TrustScore mensura critérios ambientais e sociais e será apresentado em evento da ONU
Por Redação
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A Rede ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta apresentará, amanhã, a tecnologia TrustScore de verificação de sustentabilidade para propriedades rurais durante o evento TEEBAgriFood Operational Guidelines for Business.
O encontro é organizado pela ONU/PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), União Europeia e por diversas outras organizações e pode ser acessado por este link.
O TrustScore foi desenvolvido no Brasil pela Ceptis Agro para mensurar com critérios sociais, econômicos e ambientais os níveis de sustentabilidade no campo de forma contínua.
Gado criado em sistema ILPF na Fazenda Santa Brígida em Goiás. (foto: Fabiano Bastos)
Operando desde 2019 no âmbito da Rede ILPF, o aplicativo foi implementado com sucesso, por exemplo, na fazenda Santa Brígida (GO). Com a atual escalada do desmatamento – que colocou o Brasil numa grave crise ambiental internacional -, a solução surge como um dos recursos para medir e estimular o desenvolvimento sustentável no campo.
“Trata-se de uma tecnologia disruptiva. É a primeira vez que a sustentabilidade é mensurada em larga escala no campo brasileiro, de maneira ampla e objetiva”, afirma José Pugas, um dos desenvolvedores do sistema e sócio da Ceptis Agro.
Pugas destaca a importância da iniciativa no contexto em que, segundo estudo publicado na revista Science em julho deste ano, até 22% da soja e pelo menos 17% da carne bovina produzidas na Amazônia e no Cerrado – e exportadas para a União Europeia – podem ter rastros de desmatamento ilegal.
“O agronegócio em todo o Brasil pode ter prejuízos. Então, separar o joio do trigo é importante. Isto é, o monitoramento da sustentabilidade de cada propriedade passa a ser fundamental”, afirma.
De acordo com Roberto Miyano, CEO da Ceptis Agro, com a nova tecnologia o tema sustentabilidade no campo deixa de ser teórico e passa a ter uma dimensão prática na atual crise ambiental.
“Quando a propriedade mede seus parâmetros com o TrustScore, ganham-se informações poderosas para ações e planos mais efetivos de sustentabilidade”, explica.
No sistema ILPF, por exemplo, a pontuação vai de 0 a 100. Entre os 124 critérios avaliados estão a redução da emissão de carbono, o manejo adequado das florestas e o não desmatamento.
Há também diversos itens econômicos e sociais verificados como, por exemplo, o respeito aos direitos trabalhistas e se há, nas propriedades, uso de trabalho infantil ou análogo à escravidão, entre outros. De acordo com Miyano, o TrustScore é muito diferente das certificações convencionais.
“A solução vai muito além de um sistema, de um software. Porque engloba de maneira sistemática o desenvolvimento e a governança, com ações que medem a aderência dos produtores ao Protocolo ILFP, através do monitoramento contínuo das fazendas”, diz.
Para além do sistema ILPF, o TrustScore, futuramente, será customizado também para propriedades de diversos tamanhos e de diferentes tipos de produção agropecuária.
De acordo Miyano, normas de sustentabilidade poderão ser adaptadas à ferramenta em pequenas, médias e grandes propriedades – desde, por exemplo, pequenas plantações de cacau até grandes cultivos como soja, arroz, milho, entre muitas outras.
Durante o evento, também será debatido o SAFF – Sustainable Agriculture Finance Facility, um programa de financiamento internacional voltado às fazendas ILPF. A iniciativa será lançada em 23 de setembro. O objetivo é fomentar a produção sustentável no campo com empréstimos em condições mais competitivas. (com informações de Ceptis)