Agtechs
Agtechs são a 2ª escolha de investidores-anjo no Brasil
Startups ligadas ao agro são preferência de 27% dos 8,2 mil “anjos”, pouco atrás das fintechs
As agtechs são a segunda escolha de investimento dos cerca de 8,2 mil investidores-anjo no país com 27%. O volume de aportes para todos os setores deste tipo de investidores subiu 9% em relação a 2018 e atingiu R$ 1,067 bilhão, quebrando a casa do bilhão pela primeira vez.
Os dados foram revelados na pesquisa da Anjos do Brasil e apontam, também, que as fintechs (ligadas ao mercado financeiro) são as preferidas com 29%. Varejo e logística aparecem na sequência com também 27%. Apenas 2% dos anjos têm interesse em empresas de ramos como biotecnologia, telecomunicações, turismo, energia e pet.
O número de investidores apresentou um crescimento expressivo de 6% chegando a 8.220 em todos os ramos. Tanto o volume de investimentos como o número de investidores ultrapassando as projeções efetuadas no ano anterior.
Apesar do crescimento e da cifra bilionária, o volume de investimento no Brasil é apenas 0,85% do que é investido em startups nos Estados Unidos que somam aproximadamente U$ 23,9 bilhões anualmente
Além disso, a expectativa dos investimentos para 2020 é de recuo com relação a 2019 se não houver equiparação no tratamento tributário. Com a pandemia, os resultados indicam uma queda de pelo menos 10% em relação a 2019 se não houver nenhuma ação para reverter a mesma.
Se considerada a projeção para 2020 antes da pandemia que previa crescimento percentual, estima-se uma perda relativa acima de 20%.
“Apesar dos bons resultados de 2019, infelizmente a perspectiva para 2020 é bastante negativa, em especial considerando que, enquanto diversos investimentos são incentivados, o em startups é duplamente tributado. Além do imposto sobre os ganhos de capital, as eventuais perdas não podem ser deduzidas”, explica Cassio Spina, presidente e fundador da Anjos do Brasil.
Segundo ele, é urgente o estabelecimento da equiparação de tratamento tributário e a criação de mecanismos de incentivo, como por exemplo os existentes no Reino Unido, Itália e Espanha, países nos quais, além de isenção, se permite a compensação de até 50% do valor investido em startups nos impostos devidos.
Spina analisa que, apesar da evolução que tivemos na última década no volume de investimento anjo, o Brasil ainda estamos muito aquém do seu potencial. Considerando a relação do PIB dos países, o investimento anjo no Brasil deveria ser de pelo menos R$ 12 bilhões.
“Para que o Brasil atinja todo seu potencial é necessária a criação de políticas públicas de fomento ao investimento em startups com ocorre nos países com ecossistemas mais dinâmicos”, finaliza.
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