Agtech brasileira apresenta nanotecnologia em fertilizante na Europa

A startup Krilltech, surgida de uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade de Brasília (UnB), vai representar o Brasil na fase internacional do “Global Tech Innovator 2021”, promovido pela KPMG, com sua solução em nanotecnologia de fertilizantes.

O biofertilizante nanotecnológico resultante do trabalho conjunto e que melhora o desenvolvimento de diversas culturas será apresentado ao ecossistema global ao lado de tecnologias de 15 países, entre os dias 1º a 4 de novembro em Lisboa-Portugal.

Ao vencer a etapa nacional do evento, a agtech  assegurou estande e plataforma para exposição no Web Summit bem como credencial para apresentar seu negócio na conferência e em eventos da organizadora.  Na fase local, dez startups de diversos setores da economia concorreram com a Krilltech, que obteve boa avaliação ao apresentar o potencial da nanotecnologia verde.

Nascida para conferir escala às tecnologias desenvolvidas a partir do princípio ativo desenvolvido em 2018 e denominado Arbolina, a agtech já obteve em março deste ano o registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a unidade fabril, montada em Camaçari/BA, e já está faturando.

O fertilizante manométrico já é utilizado em 30 mil hectares de 23 culturas diferentes em 18 estados brasileiros. Segundo a agtech, os resultados incluem redução de custos de manejo, resistência à seca, melhoria da qualidade dos grãos, potencial de carreamento de micronutrientes e aumento da produtividade.

Assim, o júri da “Global Tech Innovator 2021”, composto por representantes da Microsoft e Editora Globo S/A, avaliou os quesitos disrupção e inovação, potencial de mercado, adoção do cliente, tração de mercado e marketing e potencial de longo prazo.

Conquistas

“A premiação é a coroação de um trabalho iniciado há mais de sete anos. Nossas tecnologias revolucionárias não teriam surgido sem a parceria com a Embrapa e a UnB”, comemora Diego Stone, cofundador da Krilltech.

Ele destaca o potencial impacto econômico da adoção em massa da tecnologia no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode ser de 2%, e de 10% no PIB da agricultura, um valor na ordem de R$ 150 bilhões.

A diretora de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Martin, avalia que a conquista de vaga na etapa internacional do evento reforça o potencial da inovação aberta e da cooperação entre instituições de pesquisa e agtechs. Martin destacou ainda os impactos econômicos para o setor produtivo e os benefícios sociais da tecnologia sustentável resultante da cooperação.

A dirigente parabenizou pesquisadores da Embrapa Hortaliças, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e do Instituto de Química da UnB que integraram a equipe multidisciplinar que sintetizou e testou o princípio ativo – que tem dado origem a nanoprodutos que melhoram o desempenho de lavouras sem gerar resíduos tóxicos.

“A Krilltech chega com tecnologia de ponta para resolver um problema real, não só no Brasil, mas em qualquer lugar do mundo. A combinação Embrapa e Krilltech mostra parte do caminho que muitas outras startups do agro têm à disposição”, pontua o presidente de Private Enterprise da KPMG, Jubran Coelho.

Iniciativas de intercâmbio com ecossistemas mundiais abrem oportunidades para empresas nascentes, “pois o volume de investimento e de programas de aceleração estão a plena velocidade”, diz.  Coelho concorda com a diretora ao destacar que a inovação aberta é uma aliada para atender aos desafios contínuos de geração de valor econômico e socioambiental. Ele destaca a pujança do agro brasileiro e o crescimento de agtechs dedicadas ao setor.

A Krilltech também ficou entre as quatro startups com melhor desempenho no South Africa Innovation Summit, realizado esta semana na Cidade do Cabo, e será a representante brasileira na feira GITEX Technology Week 2021, que será realizada em Dubai em outubro. (com informações da assessoria de imprensa)

Veja também o boletim “Nanotecnologia Agrícola”: