
Enquanto food techs e grandes empresas do setor disputam para ver quem vai conquistar mais consumidores com seus produtos à base de vegetais, lançando hambúrgueres, nuggets de frango e outros produtos a cada semana, outras startups estã de olho no mercado de insumos que está surgindo. A maior parte dessas novidades que chegam às prateleiras usam proteínas de soja ou de ervilha, mas uma empresa da Flórida, nos Estados Unidos, criou um substituto feito com lentilhas d’água.De acordo com a agtech Parabel, as vantagens são inúmeras. Essas lentilhas podem ser colhidas diariamente, e crescem rapidamente em um ambiente hidropônico, dobrando sua biomassa em no máximo 36 horas. Nenhum químico é usado no processo, e o resultado é uma proteína sem alérgenos, não transgênica e que pode ser processada da fazenda à mesa em apenas trinta minutos.
Uma reportagem do Business Insider acompanhou a produção da Parabel. Sementes e bactérias que funcionam como fertilizantes são inoculadas na água. Quando germinam, elas adquirem uma vibrante cor verde, em um processo que leva até três semanas. As condições climáticas da Flórida permitem o cultivo e a colheita durante 10 meses do ano. Depois de colhidas, as lentilhas são trituradas em um pó, que é então vendido pela startup.
A empresa é a primeira a produzir as lentilhas d’água em grande escala. Vai inaugurar sua nova fazenda, em Vero Beach, na Flórida, nos próximos meses, de acordo com o Food Dive. Embora ainda seja pouco conhecida, a lentilha d’água deve ser usada por muitas companhias como alternativa à soja e às ervilhas. Por ser transgênica, a soja ainda é vista com desconfiança e pode inclusive perder um selo dado pela FDA, a agência sanitária dos EUA, que permite que ela seja usada em alimentos de maneira segura. Já a proteína de ervilha é mais segura, mas a explosão do mercado de proteínas alternativas foi tão grande que a demanda cresceu absurdamente e analistas de mercado questionam se a produção atual dará conta de atender a todos os interessados.