Zarc será ampliado após convênio com Banco Central
Aplicativo gratuito da Embrapa faz monitoramento de risco climático e é obrigatório para o seguro rural

O Zarc, aplicativo gratuito da Embrapa para Zoneamento Agrícola de Risco Climático, será ampliado e modernizado após convênio firmado, na última quarta-feira, com o Banco Central.
A assinatura ocorreu na sede do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), com a participação da ministra Tereza Cristina, e vai permitir aprimoramento metodológico, atualização e ampliação do aplicativo de zoneamento climático para mais de 20 culturas.

App Zarc é obrigatório para seguro rural e será ampliado. (Foto: Kátia Marsicano/Mapa)
O convênio prevê a aplicação de R$ 28,5 milhões no período, provenientes da Embrapa e do Banco Central. O acordo também tem a participação da Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (Fapep) e irá beneficiar produtores atendidos pelo Proagro, Seguro Rural e do Garantia-Safra, que usam o zoneamento para terem acesso à cobertura securitária.
O chefe Nacional de Pesquisa do Zoneamento Agrícola de Risco Climático da Embrapa Informática Agropecuária, pesquisador Eduardo Monteiro, explicou que o convênio permitirá diversos avanços.
Entre eles, o processamento do zoneamento de cinco culturas simultaneamente, integração e capacitação de mais equipes da Embrapa, desenvolvimento de metodologia para zoneamento de culturas específicas (como sistemas agroflorestais) e ampliação do zoneamento de produtividade.
“Neste projeto, estamos colocando as bases para responder as questões de como plantar minimizando os riscos climáticos adversos na propriedade”, disse.
A ministra Tereza Cristina destacou que a ampliação do zoneamento “vai fazer com que o seguro chegue mais barato ao produtor”. Atualmente, agentes financeiros condicionam a concessão de crédito rural às recomendações do Zarc.
Ela citou ainda que neste ano 100% do orçamento do Programa do Seguro Rural foram executados, totalizando R$ 440 milhões, o que não ocorria desde 2013. Para 2020, a previsão é de R$ 1 bilhão para subvenção do seguro.
Ações previstas no convênio:
– Ampliação da capacidade da Embrapa em desenvolver a modelagem e o processamento das informações do Zarc;
– Digitalização completa dos sistemas de informação e comunicação;
– Atualização da metodologia de quantificação de risco e modelagem apropriada para culturas já zoneadas ou adaptação de metodologia para novas culturas e sistemas de produção com diferentes níveis de manejo;
– Atualização das bases de dados meteorológicos utilizados no Zarc;
– Manutenção e atualizações da versão Android do aplicativo Zarc Plantio Certo e desenvolvimento e disponibilização da versão IOS;
– Desenvolvimento do novo sistema web para consulta de resultados de Zarc por empreendimento e município em substituição ao modelo atual de publicação de tabelas no Diário Oficial;
– Construção do novo sistema de classificação de solos para o Zoneamento e critérios de enquadramento de áreas/empreendimentos.
Para que serve o Zarc?
O zoneamento tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados a problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes tipos de solos.
O sistema considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude).
Os agricultores são obrigados a seguir as indicações do Zarc para contratar recursos do crédito rural, da agricultura familiar e do seguro rural. O Zarc foi publicado pela primeira vez na safra de 1996 para o trigo. Hoje contempla os 26 estados e o Distrito Federal, incluindo mais de 40 culturas.
Autoridades
O chefe substituto do Departamento de Regulação, Supervisão e Controle das Operações do Crédito Rural e do Proagro do Banco Central, José Luis Guerra Silva, ressaltou que ferramentas, como o Zarc, tem ajudado o setor agrícola a alavancar as produções de forma consistente.
Já o presidente da Embrapa, Celso Moretti, enfatizou o papel do zoneamento agrícola no desenvolvimento da agricultura aliada à sustentabilidade. “É um exemplo do que o Brasil tem feito para o desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira”, disse.
De acordo com o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, a modernização do Zarc está alinhada ao trabalho que os produtores do país têm feito.
Participaram da cerimônia o Secretário de Política Agrícola do Mapa, Eduardo Sampaio Marques, a gerente de Projetos da Faped, Simone Geralda dos Anjos Souza, e o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Mapa, Pedro Loyola, além de secretários do ministério e representantes do setor de crédito e seguro rural.
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